Estudo revela horas de sono necessárias para cada idade
Nova diretriz americana altera padrão de sono recomendado para faixas etárias.
Nova diretriz americana altera padrão de sono recomendado para faixas etárias.
Dormir na medida certa pode afastar problemas como cansaço, falta de concentração, depressão e ansiedade.
A Fundação Nacional do Sono, nos Estados Unidos, revisou 320 pesquisas para atualizar a recomendação de quantas horas de sono são necessárias diariamente para ficar com a saúde em dia, de acordo com cada faixa etária.
Foram alteradas principalmente as indicações para bebês.
A pesquisa concluiu que recém-nascidos precisam dormir de 14 a 17 horas por dia; a orientação anterior era de 12 a 18 horas.
Entre os bebês de quatro a onze meses, a necessidade passou a ser de 12 a 15 horas, ante o mínimo de 14 horas recomendado para essa faixa etária antes do estudo.
Conforme a idade aumenta, a necessidade de sono diminui.
Crianças de um a cinco anos precisam de 10 a 14 horas de sono, segundo os pesquisadores. Dos seis aos treze, a recomendação cai para 9 a 11 horas.
Já os adolescentes de catorze a dezessete anos devem dormir de 8 a 9 horas por noite para manter a saúde em dia.
A orientação não mudou para adultos de 18 a 64 anos: de 7 a 9 horas. Acima dessa idade, a quantidade diminui para 7 a 8 horas. O resultado foi publicado no periódico Sleep Health: Journal of the National Sleep Foundation.
“Nós ainda temos muito que aprender sobre o sono, já que passamos um terço de nossas vidas dormindo. Sabemos que é um mecanismo importante para a consolidação da memória, mas os detalhes sobre a função do sono para o nosso organismo ainda são desconhecidos”, diz a coautora do estudo Lydia DonCarlos, da Universidade Loyola de Chicago.
O organismo trabalha com ritmos. Se você acostuma dormir às 23 horas, ao chegar perto desse horário, o corpo estimula a secreção de melatonina e reduz a temperatura corporal — induzindo o sono. "Na falta desse hábito, o organismo não sabe quando tem que trabalhar para você dormir, o que pode causar insônia", diz Dalva Poyares, professora da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).
"A claridade, mesmo artificial, é interpretada pelo cérebro como luz solar", explica a neurologista Carla Guariglia, do Hospital Samaritano, em São Paulo. Por "achar" que é dia, o cérebro não estimula a secreção da melatonina, hormônio que induz o sono.
Uma pessoa pode ficar ansiosa se despertar durante a noite e demorar a pegar no sono de novo. "Caso acorde à noite, o ideal é levantar, fazer algo relaxante — como tomar um copo de leite morno — e retornar para a cama quando estiver com sono novamente", diz Carla. A ansiedade vai embora e a pessoa pega no sono com mais facilidade.
Café, refrigerantes de cola e alguns tipos de chás (como o verde) possuem substâncias estimulantes do sistema nervoso central, como a cafeína e a teína. Esses estimulantes deixam o organismo em estado de alerta. Para quem já tem tendência à insônia, a recomendação é evitar essas bebidas a partir das 16 horas. Assim, até a hora de dormir, o efeito dos estimulantes já vai ter passado. "Essas bebidas podem interferir na qualidade do sono do paciente", diz o neurologista Fabrício Hampshire, do Hospital Caxias DOr, no Rio de Janeiro.
A atividade física é estimulante para o organismo, pois provoca a excreção de substâncias como a adrenalina. Os efeitos diminuem somente cerca de quatro horas depois da prática, o que pode atrapalhar o sono. Caso a rotina não permita exercitar-se em outro horário, a recomendação não é abandonar os exercícios. Apesar de estimulante, a atividade física ajuda a controlar o sono de maneira geral, por causa, principalmente, das endorfinas, neurotransmissores relaxantes liberados após o exercício. "Costumo individualizar a restrição noturna de atividade física, porque para alguns pacientes ela não piora a qualidade do sono", diz Fabrício Hampshire.
O quarto pode favorecer ou atrapalhar o sono do indivíduo. Um local aconchegante, fresco, sem TV e escuro ajuda a pessoa a dormir tranquilamente, já que induz o organismo a diminuir a temperatura corporal e a excretar melatonina.
Tomar uma taça de vinho antes de dormir ajuda a relaxar, mas prejudica o sono. Quando o álcool entra na corrente sanguínea, o cérebro recebe um sinal para entrar em estado de alerta. Desregulado, o sono não vai permanecer na fase REM, aquela em que a pessoa mais descansa. Segundo um estudo realizado pela Universidade de Michigan, nos Estados Unidos, o sexo feminino é mais sensível a esse mecanismo. Os pesquisadores constataram que mulheres que consomem bebida alcoólica antes de dormir acordam mais vezes durante a noite e perdem cerca de 20 minutos de sono.
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Estudos já constataram que utilizar qualquer tipo de aparelho eletrônico, como vídeo game, celular e computador, até uma hora antes de deitar pode atrapalhar o sono. A exposição à luz artificial aumenta o estado de vigilância do organismo e anula a liberação de melatonina, hormônio indutor do sono. Até o simples hábito de trocar mensagens pelo celular à noite interfere no repouso, de acordo com uma pesquisa.
Fonte: Veja
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